quarta-feira, 15 de agosto de 2007

E. E. CUMMINGS


Poema de E. E. Cummings
Ana Carolina


Composição: Tradução de Monique Gardenberg


Eu gosto do seu corpo

Eu gosto de que ele faz

Eu gosto de como ele faz

Eu gosto de sentir as formas do seu corpo

Dos seus ossos

E de sentir o tremor firme e doce

De quano lhe beijo

E volto a beijar

E volto a beijar

E volto a beijar

BENJAMIN CONSTANT


Poema de Benjamin Constant
Ana Carolina
Composição: Benjamin Constant


"(...) Todo sentimento precisa de um passado pra existir

O amor não, ele cria como por encanto um passado que nos cerca

Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio

Com alguém que a pouco era quase um estranho

Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..."

PERDI, MAS NÃO ESCULACHA


Perdi Mas não Esculacha
Ana Carolina
Composição: Ana Carolina, Totonho, Seu Jorge e Elisa Lucinda.


Perdi,mas não esculacha

Sei que eu errei mas é tudo que você acha

Acha o que?

To morando no sapato,to prejudicado

A chapa tá ficando quente pro meu lado

E ainda vem você me dar voz de prisão

Logo quem

Não sabe o que é a vida de um descamisado

Tem coragem de dizer que eu sou mal educado

Não vê que eu to aqui mordido pelo cão?

Meu céu já foi azul

Não sirvo pra sofredor

Agora é só vudú

Ninguém me vê como eu sou

Depois do I Love You

Não sobrou mais nenhum cobertor

METADE


Metade
Ana Carolina
Composição: Oswaldo Montenegro


Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca pois metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que tristeza que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada porque metade de mim é o que penso e a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que me lembro ter dado na infância porque metade de mim é a lembrança do que fui e a outra metade não sei.

Que não seja preciso mais que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito e que o teu silêncio me fale cada vez mais porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer porque metade de mim é platéia e a outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade também.

LA CRITIQUE


La Critique
Ana Carolina

É a loucura não existe.

A loucura está em todos os lugares ao mesmo tempo.

Normal é o tédio dos dias sem graça que as pessoas fazem pra elas mesmas.

Saudade não é salgada não. A saudade é doce.

Eu quero permanecer calado escutando tudo.

O meu passado é de conversador, bom falador, namorador...

Penso, penso, penso, penso...Consegui dizer tudo...

Tu ficava atrás das linhas da vida.

Sou de esquerda pô...!O que eu quero dizer com isso? Nada to comentando!

Porque eu sou da luz, porque o único escuro que eu carrego é a sombra que o meu corpo produz.

Eu dou tantas voltas é proibido parar.

Isoglócia...Isoglócia é a sua forma de falar, sua expressão, sua variado de seletivas de línguas.

E a pessoa que faz isso e faz aquilo e o que não faz fica mais velho, e a velhice vem mais rápido.

Daqui a pouco encontrar uma carta de euforia.

E quem não é?

Sexo é bom!Eu paguei pra fazer. Dez reais. Foi bom!

Possuir razão e cor.

Pessoas que vivem fora da sanidade.

Falar, falar, falar, falar hen, hen, hen, hen, hen, hen...

Quem é você? Quem é você? Quem é você? Quem é você?

Eu to perguntando quem é você?

Eu sou gente!

EU QUE NÃO SEI QUASE NADA DO MAR


Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar
Ana Carolina

Garimpeira da beleza

Te achei na beira de você me achar

Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar

E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer

Navegando nos meios seios, mar partindo ao meio

Não vou esquecer

Eu que não sei quase nada do mar

Descobri que não sei nada de mim

Clara, noite rara, nos levando alémda arrebentação

Já não tenho medo de saber quem somosna escuridão

Me agarrei nos seus cabelos

Sua boca quente pra não me afogar

Tua língua correnteza lambe minhas pernas

Como faz o mar

E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer

Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio

Não vou esquecer

Eu que não sei quase nada do mar

Descobri que não sei nada de mim

DA LAIA DO LAMA


Da Laia Do Lama
Ana Carolina
Composição: Antonio Villeroy


Eu sou da laia, da laia, do lama, da laia

Da lama, do lado de cá

Mas tô muito afim dessa dama eu quero o nirvana agora, já

Depois que deus fez a terra

Esculpiu no barro os ossos de adão

Retirou a parte mais bela

E fazendo a mulher inventou a paixão

Ao criar essa tal divisão

Fez o homem mover a engrenagem da história

Pra curar sua solidão e salvar sua helena de tróia

Mas se o homem é de barro

Cuidado com o andor, esse santo não pode quebrar


Já diria o provérbio de raro valor

Quem tem pressa vai devagar

Eu sou da laia, da laia, do lama

Da laia, da lama, do lado de cá

Mas tô muito afim dessa dama

Eu quero o nirvana agora, já


Fui descer ao porão da matéria

Beliscar alimento pagão

Revolver a humana miséria

Religar minha religião

Com os pés enterrados na lama

Busquei claridade na escuridãão


Fiz o meu coração em pedaços

Colei os meus cacos e me sinto são

Pois se o homem é de barro

Cuidado com o andor esse santo não pode quebrar

Já diria o provérbio de raro valor

Quem tem pressa vai devagar

Eu sou da laia...

Ana Carolina

Sangue, Sangue,

Sangue

Chatterton, suicidou

Kurt Cobain, suicidou

Getúlio Vargas, suicidou

Nietzsche, enloqueceu

E eu, não vou nada bem

Chatterton, suicidou

Cléopatra, suicidou

Isócrates, suicidou

Goya, enloqueceu

E eu, não vou nada nada bem

Chatterton, suicidou

Marc-Antoine, suicidou

Cleópatra, suicidou

Schumann, enloqueceu

E eu, puta que pariu, não vou nada nada bem

Puta que pariiiiiiiiiiiiiiiiuuuu!!!

Yeharrrrrrrrrrrrr!

CARVÃO


Carvão
Ana Carolina
Composição: (Ana Carolina)
Surgiu como um clarão

Um raio me cortando a escuridão

E veio me puxando pela mão

Por onde não imaginei seguir

Me fez sentir tão bem, como ninguém

E eu fui me enganando sem sentir

E fui abrindo portas sem sair

Sonhando às cegas, sem dormir

Não sei quem é você

O amor em seu carvão

Foi me queimando em brasa num colchão

e me partiu em tantas pelo chão

Me colocou diante de um leão

O amor me consumiu, depois sumiu

E eu até perguntei, mas ninguém viu

E fui fechando o rosto sem sentir

E mesmo atenta, sem me distrair

Não sei quem é você

No espelho da ilusãoSe retocou pra outra traição

Tentou abrir as flores do perdão

Mas bati minha raiva no portão

E não mais me procure sem razão

Me deixa aqui e solta a minha mão

Eu fui fechando o tempo, sem chover

Fui fechando os meus olhos, pra esquecer

Quem é você? Quem é você? Quem é você?

Você...

AMOR


Amor
Ana Carolina
Composição: Indisponível
Diga o que você pensa com esperança.

Pense no que você faz com fé.

Faça o que você deve fazer com amor!