terça-feira, 14 de agosto de 2007

REALIZAÇÃO


Realização. Esta é palavra chave na minha ‘’pacata’’ vida.
Explico: tudo gira em torno disso.
Cada cobrança familiar, a cobrança interna, pressões de todos os lados.
Esclarecendo, pressão por trabalhar em algo comum, porque meu interesse
é e sempre foi trabalhar com música. Viver da música, por ela e para ela.
Mas todos são empurrados a um estilo de vida mais comum, um trabalho mais comum. “vida de artista’’, seja qual for a arte é sempre difícil, marginalizada, motivo de piada. Não generalizo, mas, em geral, se alguém perguntar o que você faz e você diz: sou musicista, ou sou artista, ah, a resposta é na lata: e trabalha no que? Aí ficamos com cara de caneca. Aquela cara de quem ganha uma xícara, e não sabe bem o que dizer. Muito chato! Faz pensar nisso tudo, o que tenho feito que não trabalho como secretária, num banco, ou numa loja?
Que tipo de vida é essa? Quer escrever? Quer cantar? Tocar um instrumento?
Quem sabe dançar? Nada disso! Vá trabalhar.
Qual a saída pra quem tem uma alma que não se encaixa no horário comercial?
Que tem um organismo que não permite acordar de madrugada e trabalhar até as dezoito horas, faz o que? Fica à margem?
Me encontro assim. Posso fazer mil coisas não enquadradas nesse padrão mas quem vai entender, de onde virá o sustento que proverá o pão?
Se abrir mão de sonhos e se render a tudo que lutam para que nos tornemos?
Se resiste bravamente sem saber para onde leva essa vida louca vida como dizia o poeta?
Eis a questão caros. E que questão! Martela e sobrevoa a cabeça a cada momento. Angustia, paralisa e penaliza a todos os familiares, amigos e principalmente quem sofre desse mal.
Mas o que fazer? Sigo buscando a resposta. E espero não descobrir tarde demais, tanto para mim, quanto para os que me cercam. Sinceramente!